A ideia para este projeto que seguidamente apresentamos surgiu-nos num
momento de lazer, em que alguém contou a seguinte piada:
Porque é que a aranha precisa de
nós? Porque é um aracNEEDYOU!
Inicialmente, levámos esta piada como sendo apenas uma simples piada mas,
logo reparámos, que poderíamos utilizá-la como conceito da nossa instalação,
tendo esta, assim, a intenção de provocar o público-alvo.
Esta pré-ideia, ainda sem uma conceção final, encaixou-se em algo que já
nos tinha ocorrido anteriormente mas ainda sem um objetivo ou plano de
procedimento imaginados, muito menos definidos: a linha como modulador de forma.
Começamos então a executar alguns esboços, tal como este que apresentamos
agora:
A partir de uma sala retangular ou quadrada (dependendo do local onde a instalação
for feita), o nosso objetivo será transformá-la num triângulo que funcionará
como uma espécie de corredor que acompanhará o visitante até ao final, como
podemos observar acima.
A parede assinalada a vermelho será construída com cartão e linha.
Paralelamente, a parede assinalada a azul só será composta por linha, para que
o visitante possa ver que há algo para além da parede, mas sem que consiga
perceber ao certo o que é.
Ao longo da parede “vermelha” haverá a frase escrita: “Porque é que a
aranha precisa de nós? Porque é um aracNEEDYOU”
Ao longo do percurso, haverão alguns fios que poderão simbolizar a teia de
aranha, mas postos de maneira a não dificultar o acesso (por várias razões, sendo
uma delas, e principalmente, para não correr o risco de “destruir” a
instalação). Teremos também iluminação pontual, que se prolonga ao longo do
trajeto, para que a luz transmita uma nuance
dramática, destacando apenas a figura humana. Nas paredes, haverão algumas
incisões que deixarão passar alguma luz de fora para dentro, apresentando uma comparação
com a luz que passa nas teias.
No término desse percurso, irá encontrar-se uma representação de uma figura
humana constituída por um manequim e feita em linha. Com esta meta a atingir,
estamos em conversações com algumas lojas para que nos forneçam um patrocínio,
cedendo-nos um manequim. Se tal não for possível, construiremos a figura humana
com cartão e/ou jornal. O sítio onde planeámos colocar esta parte principal da
instalação está representada com um círculo cor de laranja, no esboço acima.
A figura humana representa um indivíduo que é “apanhado na teia",
vulgarmente chamada de Sociedade. Envolvido nessa “teia” estão todas as suas
ideologias/modos de pensar, costumes, que vão sendo alterados de modo
progressivo sem esta se dar conta de que isto está realmente a acontecer. Pode
haver aqui uma leve simbiose com o exemplo de uma presa que é cercada e
envolvida pela aranha sem de dar conta, acontecendo isto quando já é tarde de
mais.
Assim sendo, a nossa instalação, que à partida parece ser uma simples
piada, acabou por transmitir a ideia da sociedade atual.
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