Este período tivemos como único
trabalho a criação de uma instalação artística. Para tal tivemos de formar
grupos para a realização deste projeto. O meu grupo era constituído por mim,
pela Maria Vieira e pela Viviana Sousa.
Logo de início surgiu-nos um
problema que nos atrasou drasticamente: A escolha do tema/conceito no qual
estaria assente toda a nossa instalação. Pensamos inicialmente na explosão da
arte, no entanto, numa conversa com a professora, chegamos à conclusão de que
era uma ideia muito literal, principalmente devido à forma como estávamos a
pensar executá-la. Tivemos mais algumas ideias, as quais nunca chegaram a ser
muito desenvolvidas, porque, mais uma vez, não nos agradavam por completo. Foi
então que a docente nos aconselhou a pensar mais na “explosão do espaço” e a
partir das ideias que pudéssemos vir a ter, encontrar um conceito que se
adaptasse. Foi seguindo esse método que tivemos a ideia que viríamos a escolher
como final. Num momento de descontração, em que contávamos piadas, entre as
quais: “Porque é que a aranha precisa de nós? Porque é um aracNEEDYOU”. Na
brincadeira, pusemos a hipótese de utilizar essa mesma piada como base para a
nossa instalação, mas pensamos que não teria “pés nem cabeça”. No entanto,
continuávamos sempre a ter ideias que poderíamos desenvolver se escolhêssemos a
piada. E foi assim que ficou decidido que optaríamos afinal por essa ideia.
Surgiu-nos então que poderíamos usar uma figura humana que representaria um
indivíduo que é “apanhado na teia", vulgarmente chamada de Sociedade. Envolvido
nessa “teia” estão todas as suas ideologias/modos de pensar, costumes, que vão
sendo alterados de modo progressivo sem esta se dar conta de que isto está
realmente a acontecer. Pode haver aqui uma leve simbiose com o exemplo de uma
presa que é cercada e envolvida pela aranha sem de dar conta, acontecendo isto
quando já é tarde de mais. Assim sendo, a nossa instalação, que à partida
parece ser uma simples piada, acabou por transmitir a ideia da sociedade atual.
Tendo a nossa ideia já definida
começamos a pensar nos materiais e logo de seguida em maneiras de consegui-los.
Para isso, escrevemos algumas cartas a pedir patrocínio para retrosarias (para
fornecer linha), para lojas de impressão (publicidade). Fora isso, falamos
também com empresas para nos emprestarem paletes, visto que estas tinham de ser
obrigatoriamente devolvidas e finalmente o cartão.
Nisto, o mais fácil de arranjar
foram as paletes e o cartão. As linhas também foram relativamente fáceis, uma
vez que todas as lojas as quais pedimos patrocínio nos ajudaram, no entanto não
foi o suficiente e tivemos de comprar mais. Por sua vez, as tipografias nunca
nos chegaram a dar resposta. O manequim, peça central da instalação, foi o mais
complicado de arranjar, mas por fim, conseguimos.
No tempo delimitado entre os
pedidos de patrocínio e a chegada do material, realizamos uma pequena maquete
para termos uma ideia visual do que estávamos a pretender fazer.
Tendo já tudo o que necessitávamos,
passamos para a construção da nossa instalação que teve a duração de uma
semana.
O resultado final foi do nosso
agrado, uma vez que ficou tudo como tínhamos idealização e preparado, à exceção
de uma das paredes que não ficou na posição que tínhamos em mente, mas que logo
reparamos aquando da construção que era inexequível como queríamos. O fato de
termos de mudar uma das paredes não alterou, de maneira alguma o resultado
final.
Numa visão global, o mais complexo
de executar foi a colocação das paletes na posição pretendida e fazer com que
estas ficassem bem seguras, visto que toda a instalação estaria segura nessas
mesmas paletes. Por outro lado, o mais fácil, mas por outro lado mais
trabalhoso foi a parede feita com linha, uma vez que esta entrelaçava-se com
facilidade nela própria, dificultando assim a montagem.
Uma das paredes, a parede do fundo,
ficou forrada com cartão e preenchida com a piada. Após sugestão da professora
decidimos “brincar” mais com o impacto visual que a frase poderia causar se
esta preenchesse a parede de forma mais completa.
Mariana Ponte
12ºF